O protagonismo na Arena Carioca 1, no segundo dia de competição, foi todo de Rebeca Andrade, que obteve a tão sonhada vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas a jovem Júlia Soares, com muita graça e técnica, também brilhou intensamente.
A jovem promessa da Ginástica Brasileira, de apenas 15 anos, deverá ter homologado um novo elemento, que levará seu nome no código da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Trata-se de uma nova entrada na trave. Júlia faz uma versão do “candle mount” (entrada em vela). Nessa forma de entrada, a atleta utiliza um trampolim para saltar em direção à lateral da trave em uma posição esticada. A inovação apresentada pela brasileira é uma meia pirueta no salto que leva à trave.
Neste sábado (5), Júlia apresentou o elemento com perfeição, e o “Soares” foi homologado. No dia das finais por aparelho, a brasileiro repetiu o elemento, sem falhas.
“Fico muito feliz de ter homologado um elemento, mesmo muito nova. Deus me deu essa honra de poder homologar um elemento com meu nome. Estou muito, muito, muito feliz. Não tenho palavras pra explicar a felicidade de ter um elemento com meu nome. Muitas meninas tentam, mas poucas conseguem isso”, disse a ginasta. “Comecei a fazer entrada reta há uns dois anos. A minha treinadora (Iryna Ilyashenko), falou para eu dar uma mudada. Comecei a treinar esse elemento este ano”, acrescentou a atleta.
Helena Lario , delegada técnica da FIG presente no Rio, explicou como funciona o processo. “A ginasta, o treinador ou o delegado técnico têm que apresentar a descrição do elemento que se vai apresentar, normalmente acompanhado por um desenho ou por um vídeo em que esteja presente o elemento novo. Neste caso, a ginasta brasileira apresenta na trave de equilíbrio um elemento que já existe, mas agregado de um meio giro. Nenhuma outra ginasta o fez até agora. Não está no código de pontuação ainda”.
Inicialmente, é atribuído um valor provisório ao elemento. “Se a ginasta o realiza numa competição oficial da FIG ou numa competição com representante técnico da FIG com êxito, sem quedas e correspondendo à descrição apresentada, são enviados à FIG o nome da ginasta, o país pelo qual compete e a descrição do elemento e o vídeo da competição em que tenha executado o elemento com êxito. Com tudo isso, a FIG confirma e inclui o elemento no código de pontuação com o nome da ginasta. Se tiver sido executado por duas ou mais ginastas, não levará o nome. Não posso dizer neste momento se já está, porque foi ontem, mas como representante do Comitê Técnico, mando para o Comitê e na próxima publicação do código deverá constar o elemento”, acrescenta Lario.
Na Ginástica Artística, a cada elemento é atribuída uma letra no código de pontuação, que se refere ao valor na nota de dificuldade. Essa gradação varia de “A” a “H”. Ao Soares foi atribuído o valor “D”.
Abaixo, segue link do vídeo novo elemento da ginasta Júlia Soares, com liberação para utilização do conteúdo por todos veículos de comunicação.
Júlia Soares prestes a homologar elemento com seu nome no código da FIG
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